Em uma sociedade que supervaloriza o sucesso e a produtividade acima de tudo, a visão do homem pode tornar-se deturpada. Tal como na clássica obra “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, o homem moderno aliena-se de si mesmo, passando a relacionar sua identidade ao fazer e ao ter em detrimento do SER.
Não há tempo para questionar o status quo, isto é, o estado das coisas. Diante da preocupação em ser substituível e da constante pressão em alcançar mais e mais, o homem passa a subestimar a si mesmo, aceitando desafios que estão além de suas capacidades e se sentindo culpado caso não alcance seus objetivos.
“Dédalo e seu filho Ícaro estavam presos no labirinto de Creta, onde ficava o Minotauro, um monstro terrível. Para escapar, Dédalo construiu asas para si e para seu filho, usando cera e penas de aves.
Antes da fuga, Dédalo alertou Ícaro que voar muito perto do oceano poderia umedecer as asas e torná-las muito pesadas. Voar muito perto do sol aqueceria a cera e dissolveria as asas. No entanto, Ícaro, encantado com a sensação de voar, esqueceu-se do conselho do pai e voou cada vez mais alto. Ao se aproximar do sol, o calor derreteu a cera e as asas de Ícaro se despedaçaram. Ícaro caiu no mar e se afogou.”
Uma vez que a onipotência é um atributo divino, cabe ao homem adaptar-se à sua condição imperfeita e limitada. Se aprendermos a equilibrar nossa ambição com a realidade e a valorizar o fracasso como uma oportunidade de aprendizado, podemos alcançar grandes coisas sem nos destruirmos no processo.